O GRANDE DIA

Pr. Samuel Barreto

O dia amanheceu ensolarado e quente. Era uma linda manhã de verão, própria do Nordeste brasileiro. No horizonte, o astro rei se erguia como ameaçadora bola de fogo, pronto a cumprir sua missão diária. Nos bosques, a passarada saudava o novo dia, deslumbrando a natureza num coro encantador de vozes aos milhares, num cenário policrômico de inédita beleza. Na cidade, a vida começava com ônibus, trens e automóveis, correndo velozmente, conduzindo as multidões ao labor diário. As sirenes das fábricas soavam melancólicas, chamando os operários ao dever. Inexplicavelmente, o firmamento assume um novo aspecto rubro, sombrio e abafado. Nuvens cinzentas cobrem o céu, impedindo bruscamente a penetração alegre e saudável do sol. O vento para de soprar e um calor sufocante vai tornando o ambiente insuportável. A perspectiva atmosférica é de tempestade à vista com chuvas torrenciais. Mas nada disso acontece. De repente, um grande clarão, como o disparo de um gigantesco flash fotográfico, ilumina o espaço sideral sem qualquer barulho, deixando todos esfregando os olhos sem saber realmente o que de fato aconteceu. Uma forte sensação de grande angústia e desespero tomou conta de todos, formando incontrolável turbilhão de vozes a procura de explicações para o fenômeno inusitado.
Daí prá frente o vento volta a soprar novamente, as nuvens se dissipam e o sol volta a brilhar no seu curso normal. Todavia, algo terrível e alarmante nunca visto acaba de acontecer. No campo, na cidade, na terra e no mar, milhões de pessoas desapareceram misteriosamente. Nas ruas, nas estradas e por toda parte, o pânico sangrento se estabeleceu, deixando um saldo aterrador de ônibus virados, carros batidos, aviões caídos com centenas de mortos e milhares de feridos. Um boeing 737 da VARIG caiu em pleno centro da cidade, matando todos os passageiros e destruindo muitos edifícios. O corpo de bombeiros e polícia militar trabalham loucamente sem dar conta dos chamados urgentes. “Sem qualquer aviso prévio...quando tudo parecia perfeito e o mundo se cumprimenta pela “paz e segurança”...vários milhões de pessoas de todas nações, raças e localidades, instantaneamente desapareceram...” ( Dave Hunt, Quanto Tempo Nos Resta?, p.213).
Mas quantos foram arrebatados? Segundo estimativas, há hoje no mundo cerca de um bilhão e setecentos milhões de crentes nominais, destacando-se a China com 80 milhões, África com 100 milhões, Estados Unidos com 50 milhões, América Latina com 50 milhões. Assim sendo, “seria razoável sugerir que, ao menos, 250 milhões verdadeiramente conhecem o Senhor e subiram no arrebatamento...Pessoas sumiram instantaneamente de elevadores de apartamentos, de aviões em pleno vôo...Motoristas de automóveis em todas as rodovias sumiram...Quase não haverá família em qualquer parte do mundo que fique intocada...O fato do número de bebês desaparecidos e crianças pequenas ser maior que o de adultos desaparecidos dá ao evento seu aspecto mais traumático...Além da perplexidade, mistério e caos, há o terror indescritível que toma conta do mundo.” ( Ibdem, pp.214-215). Pois bem, foi aí que O MUNDO PAROU.
A mídia não para de transmitir, em edições sucessivas, o quadro catastrófico em todo o mundo. Nos Estados Unidos, milhões de pessoas desapareceram misteriosamente, deixando um caos infernal nas cidades, nas estradas e por toda parte em matéria de desastres ferroviários, aéreos e rodoviários. Um fato curioso é que tudo isso aconteceu simultaneamente no mundo inteiro e as pessoas condutoras dos veículos sinistrados desapareceram misteriosamente. Em quase todos os lares, houve desaparecimento. O horror, o desespero e a angústia tomam conta de tudo e de todos. Este foi o dia em que o mundo parou. Na China vermelha, centenas de prisioneiros nas pútridas prisões e campos de concentração sumiram diante dos guardas. A liderança comunista, falando numa entrevista, diz que os seus serviços secretos suspeitam de uma mega operação ocidental que resultou no seqüestro misterioso dessa gente. Em Israel, um bom número de judeus também desapareceu. O Mossad (serviço secreto israelense) está investigando a situação sem saber ainda de que se trata. A mídia acaba de anunciar um fato extraordinário: Nos países de população islâmica e ateísta, quase nada aconteceu. E o mais surpreendente é que em todo o mundo, só desapareceram os conhecidos como crentes em Jesus.
Astrônomos e cientistas em declaração à imprensa, estão suspeitando de um rapto em massa por parte dos chamados DISCOS VOADORES ou extraterrestres. O fato é que, em decorrência da situação alarmante e inexplicável em todo o mundo, as grandes potências entraram em estado de alerta total até que tudo se esclareça. O Jornal Nacional acaba de anunciar, em edição urgente, que uma nave espacial, de origem ignorada, foi destruída por um dos canhões de raios laser do sistema defensivo Guerra nas Estrelas dos Estados Unidos. O SAC ( Strategic Air Comand) na condição estratégica de todas as forças nucleares norte-americanas, continua em contato permanente com o senhor presidente através dos famosos “looking glass”, ou aviões do Apocalipse, com tudo pronto prá qualquer emergência. A situação continua confusa e explosiva. Ainda não se sabe o que vai acontecer depois.
Esta foi a noite mais terrível que o mundo já viveu. Nas grandes metrópoles ninguém dormiu com o barulho ensurdecedor das sirenas, o clamor dos familiares que perderam seus entes queridos e o desvario das multidões a procura de parentes e amigos, visto que, em toda família, havia pelo menos um desaparecido crente. Nunca se viu tanto clamor, pânico e horror no mundo. Há mais de 24 horas que esse inferno desabou sobre todos nós. Agora são nove horas da manhã de Domingo e eu me lembro que, neste horário, meus pais me levavam à Escola Bíblica Dominical. Sonolento e perplexo, pego meu carro e saio correndo em direção à igreja batista Vale da Paz na vila dos Milagres. O grande santuário estava quase vazio. Fiquei estarrecido com o que vi. Um grande número de pessoas tristes e chorosas estava espalhado pelos bancos. O pastor, debruçado no púlpito, chorava copiosamente, exclamando de vez em quando: “Eu sou culpado! Eu sou o grande culpado! Eu não avisei vocês! Eu nunca podia crer nisso! Agora é tarde demais! Não adianta nossas lágrimas. Eles foram e nós ficamos! Meu Deus, por que eu não dei crédito?” Você está preparado? Senão, você ainda está vivo. Logo, é tempo de buscar a Deus em santidade, oração e leitura da Palavra. Eu estou lhe avisando como verdadeiro atalaia de Deus. O resto é com você. Mas “buscai ao Senhor enquanto se pode achar invocai-O enquanto está perto.”Isa.55.6.